lunes, 15 de febrero de 2010

O Primo Basílio, de Eça de Queirós.


O Primo Basilio é a história do casal sem filhos Jorge (engenheiro) e Luisa (dona de casa). São burgueses típicos, de classe média, da sociedade de Lisboa do séc. XIX. Jorge parte para o Alentejo e Luisa fica melancólica pela falta do marido e do que se ocupar na ausência deste e , é quando Basilio- primo e ex-namorado de Luisa, chega à cidade. Basilio se aproveita da situação e reconquista Luisa- moça romântica. Esta pratica o adultério e passa a ser chantageada pela empregada- Juliana. O desfecho do romance é inesperado.
Eça faz uma crítica aos pequenos costumes da burguesia de Lisboa, atacando a instituição do casamento e explora o erotismo quando detalha a relação entre os amantes.

Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, de Jô Soares


Assassinatos na Academia Brasileira de Letras é a história do atípico detetive Machado Machado encarregado de desvendar os assassinatos dos "imortais" da ABL. O leitor de depara com uma trama inteligente e ao mesmo tempo com muita comicidade. Os personagens da trama são bem caracterizados começando pelo anão Camilo Rapozo- o veneficor, o envenenador, o gnomo, o Davi de Michelangelo em miniatura, o gênio da lâmpada de Alladim em miniatura; o próprio detetive- o coruja; o luxurioso padre Ignácio de Villaforte; passando pelo Aloysio de Varejeira- que sofria de alitose; ou o Lamaison- o Barão Amarelo. Tudo para chegar à conclusão de que o assassino era o anão (uma vítima da sociedade?). "Morreu como viveu. Num conto da carochinha, no caldeirão da bruxa".

A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo.


A Morininha conta a história de uma promessa de amor feita na infância entre Carolina e Augusto numa praia, e, mais tarde já adultos, se reencontram casualmente- seria o destino? O reencontro se dá na "ïlha", onde vive D. Ana, a avó de Carolina, irmã de Felipe que é amigo de Augusto- ambos estudantes de medicina. Augusto é convidado por Felipe para passar o fim-de-semana na ilha. O forte caráter de Carolina, sua perspicácia e travessuras acabam por encantar a Augusto e este logo descobre que ela é aquela menina que ele encontrou anos atrás na praia (à qual havia feito juras de amor) e que ainda a ama com paixão.

Capitães da Areia, de Jorge Amado.


As aventuras dos meninos-órfãos. Os Capitães da Areia que vivem em um velho trapiche, na areia, na praia. São uma mistura de Pixote e os meninos da Rua Paulo- meninos pobres, violentos, ladrões, mal tratados e mal educados pelas instituicões (que deveriam ajudá-los) mas, sobretudo, são simplismente meninos carentes de afeto, de educação e comida. Meninos que gostam de jogar e se divertir mas, têm que "se virar" para sobreviver numa sociedade injusta e, às vezes, cruel.

O Casamento, de Nelson Rodrigues.

Em O Casamento temos a história dos acontecimentos que antecedem o dia do casamento de Glorinha- filha de Sabino e de Eudóxia.
São contadas todas as lembraças recentes e passadas. O envolvimento entre Sabino e sua secretária- dona Noêmia; Glorinha e Carlos; Glorinha e Sabino; Sabino e Dr. Camarinha; Noêmia e Xavier; Monsenhor e Sabino; Glorinha, Carlos e Inês... É o retrato típico da hipocrisia da sociedade, dos tabus (incesto e adultérios) onde todos querem pagar sua "mea culpa" de alguma maneira.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo


É a obra perfeita da Escola Naturalista cujo tema é a ambição, a exploração do homem pelo homem. Aluisio, inteligentimente, cria uma galeria de personagens "tipo". O tipo velhaco (João Romão), o tipo prostituta (Leonie), o tipo ingênuo (Piedade), o tipo homosexual (Albino), o tipo invejoso (Miranda), o tipo machona (Leandra), o tipo sensual (Rita Baana), o tipo leviana (Leocádia) etc. ...Em O Cortiço temos excelentes exemplos de como o meio pode mudar ou influenciar a vida das pessoas.

Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade.


"É um livro para se fazer de conta que se está ouvindo e, não, lendo"
Narra a história de Carlos, um rapaz de 16 anos cujo pai contrata uma institutriz de origem alemã-Fraunlein , para iniciá-lo sexualmente. Carlos se apaixona por ela. Fraunlein, por sua vez, sente um profundo carinho por Carlos, (amor?), mas sabe que sua função na casa da família estava cumprida, devia partir.
"É possível ensinar a amar? Fraunlein pode".

O Encontro Marcado, de Fernando Sabino.


O Encontro Marcado, de Fernando Sabino.

"História de uma geração: seus anseios e frustações, suas crises místicas e existenciais, sua visão generosa do homem e dos valores humanos e a permanente busca de suas respectivas individualidades..."

Sabino narra a vida de Eduardo (sua autobiografia?).
Eduardo, menino-travesso, impossível, ágil, astuto; Eduardo e seus amigos inseparáveis, companheiros das mais variadas e inimagináveis aventuras. Eduardo adulto-escritor, bohemio, frustado, casado, separado.... Até o famoso encontro entre os companheiros que, na verdade, não passou de um desencontro de amigos-companheiros de farras e traquinagens da infância e adolescência.